terça-feira, 20 de março de 2012

Alborghetti não morreu!!!

Da série UM PROFESSOR COM MÉTODOS POUCO (OU NADA) ORTODOXOS:

19/03/2012.Muita gente diz que não regulo bem. O problema começa quando, além de acreditar nessas pessoas, passo a agir de modo a fomentar as suspeitas, conforme os fatos abaixo.

Estava eu na sala de aula entregando trabalhos feitos pelos alunos (malfeitos, diga-se) quando um celular toca. Não bastasse o "Ai, se eu te pego" do toque, a fulana me faz o favor de atender, falando alto até para este semi-surdo que vos escreve.

-OIIIII!!!TUDO BEM,QUERIDA?

Paro ao lado.Prostituto da vida:

-Será que você pode sair para atender essa merda?

-Ai, profe. Precisa ser estúpido assim?

-Não estou sendo estúpido. Reze para que eu não seja estúpido.

-Você foi grosso e...

-Cada um tem o tratamento que merece. Imagine agora se eu mereço gente atendendo celular em sala de aula.

-Ah, profe. Mas à noite é diferente. É liberado celular.

-A única diferença que vejo é a ausência de sol.E isso não justifica má educação.

Seguiram-se protestos infundados e outros "mimimi" em defesa da colega mal educada. UM falatório só. Surtei.

-CALABOCA, CARALHO!!!!!

Saí da sala.Voltei para a próxima aula de Ray Ban no rosto, sentei-me e comecei a bater o apagador na mesa e emitir sons guturais enquanto mordia uma caneta. Resumindo: o puro creme dos fãs de Luiz Carlos Alborghetti. Assustei a galera:

-Quiquéisso, pssor??

-Incomoda, não? Agora vocês viram como eu me sinto diante de uma turma barulhenta que fala, fala e não diz nada. Bora estudar!

quinta-feira, 15 de março de 2012

REFLEXÕES PARA 08 DE MARÇO (2010)

As linhas a seguir não são meras congratulações às mulheres por conta do seu Dia Internacional, mas reforçar a idéia da comemoração do 08 de março: fazer com que os homens se lembrem da importância da mulher.

Partamos do principio: Deus acredita nas mulheres. Tanto acredita que, após criar Adão, não tardou em dar-lhe uma companheira. Ressalte-se a palavra companheira, haja vista que Eva foi criada a partir da costela, do lado. Foi para estar ao lado que ela veio. E estar ao lado nada tem a ver com subserviência, este é só um erro de interpretação do homem.

Ainda atestando a fé do Divino na mulher: Maria. Deus poderia ter deixado seu filho vir à Terra como um homem adulto, mas preferiu confiar à uma mulher o destino de Seu unigênito. E foi bem sucedido. Garanto que o Senhor só não mandou uma filha porque, dado o contexto histórico, ela jamais conseguiria se fazer ouvir. E pensaria duas vezes se precisasse mandar seu filho para um homem cuidar. Há religiões em que se cultua a Deusa. Há quem veja a Deusa como sendo a metade feminina do Deus, o lado mais terno e amoroso. Tais religiões são consideradas pagãs. É bem provável que tal “rebaixamento” tenha sido idéia de algum homem temeroso do potencial das mulheres. Há quem considere Maria como sendo a metade feminina. Metade ou não, Maria tem sua importância assim como a outra Maria: a da Penha.

Pensemos nos poetas que se utilizam do eu-lírico feminino para derramar suas lágrimas e tratar com belas palavras os assuntos que nós homens jamais teríamos coragem de mencionar (a menos que sob efeito de álcool). Lembremo-nos das brilhantes canções de Chico Buarque. Ele jamais teria escrito uma linha sem a inspiração feminina. Quantos homens não fazem coisas boas única e exclusivamente para impressionaruma mulher?

Eu poderia até dizer que as mulheres têm sorte pelo fato de os homens estarem mudando de comportamento e se curando da rudeza. Na verdade a sorte é do homem, por ter percebido a necessidade de uma mudança de comportamento. Noto a diferença nos homens da minha geração, por exemplo. E rio ao perceber que estou na mesa de um bar trocando receitas com meus amigos e vejo nossas companheiras pasmas tentando retomar a conversa, cujo assunto provavelmente é trabalho.

Enfim, dou os devidos parabéns e espero o dia em que as coisas serão diferentes. A mulher já pode trabalhar,estudar,votar, viver,etc. Ainda precisa de mais espaço mas sei que viverei para vê-las em posição melhor. E confio na grandeza feminina para crer que desejos de vingança não despertarão a dominatrix, fazendo com que se inverta outra malfadada criação masculina: a guerra dos sexos. Amém.

EM CASA (2009)

Começoestas linhas com uma digressão que pode ou não encontrar explicação no fim deste texto. Digressões, passíveis de explicação ou não, são permitidas para diletantes literatos como eu e, em tais circunstancias, me pergunto por que, dentre os quase sete bilhões de habitantes do planeta, eu insisto em ser um dos poucos a tentar entender e explicar o que acontece nos recônditos sombrios do coração? Não sei. Mas há uma verve que me mantém nesta missão suicida de se deixar devorar pela Esfinge somente pelo bel-prazer de tentar decifrar o enigma.

“Vibramos em outras freqüências”. É o que Humberto Gessinger, um ídolo deste que vos escreve (talvez o maior deles), diz das pessoas que se embrenham por caminhos tortuosos de empreitas malfadadas como esta, de tentar explicar o inexplicável. Começo pelo coração: logo eu que julgava não possuir um me vejo há alguns dias sentindo cada batida desse órgão tentando se adaptar à inóspita caixa torácica fazendo com que o corpo todo trema. Não consigo segurar coisa alguma. Não consigo me segurar. Perco a visão. Passo a enxergar somente a imagem que o coração sugere (leia-se impõe) ao cérebro. Perco a conta das vezes em que quase bato o carro em postes e muros por conta desses devaneios e rio sozinho, me sentindo estranhamente bem.

Carlos Maltz, outro ídolo, costuma dizer que “o coração sempre derrota a razão porque a razão, de tão sensata, desiste da batalha”. Não exatamente com as palavras que usei, mas deixemos as digressões de lado. Assim sendo, noto algumas mudanças de atitude. Nunca me foi tão importante trilhar o caminho da retidão e me empenhar para ser melhor em todos os aspectos da vida. De uns dias para cá tive a estranha experiência de olhar para os dois lados antes de atravessar uma rua e de pensar antes de tomar atitudes. E descobri que isso pode ser bom. Ando pelas ruas, vejo pessoas felizes e isso faz sentido. Até os animais, que sempre me foram um incomodo, são vistos com outros olhos. Eu poderia ter um bichinho de estimação e até poderia ser um bichinho de estimação. Estranho, muito estranho. E o mais estranho são as musicas que tenho ouvido: Chico Buarque nunca desceu tão redondo. Até Jorge Ben está começando a aparecer na Playlist. Sem contar que ultimamente me flagro ouvindo coisas que outrora soariam ridículas aos meus insensíveis ouvidos e hoje não só fazem sentido como são ouvidas, tocadas e compartilhadas via internet. Sim. Compartilhadas. Existe alguém a quem se deve atribuir a culpa de tudo, haja vista que não é da natureza masculina agir de forma a melhorar como pessoa por conta própria.

O que é estar em casa? O que é realmente necessário para se sentir no “aconchego do lar”, no “refúgio do guerreiro”? Cada um pode apresentar uma definição diferente para tal evento. Eu não saberia definir exatamente mas é a única coisa que me vem à cabeça ao tentar explicar o que sinto. Sinto-me em casa, não como um gato domesticado e gordo na monotonia do cotidiano mas sim como uma espécie de filho pródigo retornando para onde jamais deveria ter saído.

FIAT LUX (2009)

Meia noite e vinte e cinco. Luzes apagadas. Dizem que está por aí, sempre a nos rondar. Tal qual a morte, aparecendo quase sempre quando menos se espera. Talvez seja este o meu erro: procurar incessantemente o mais genial dos insights. Reza a lenda que procurar pela idéia genial é como procurar carteiras abarrotadas de dinheiro pelas ruas, ou seja, nunca estão lá quando se quer ou se precisa. Tal qual a morte (desde que o insight não me surja na hora do infarto ou atropelamento. Credo).

Vivo tecendo queixas às minhas amigas sobre a minha atual descrença no evento denominado "inspiração". De alguns meses para cá e sabe-se lá por qual motivo minha mísera produção musical e literária decaiu ainda mais. Parte disso deve ser atribuída à minha mania de manter as coisas coesas, sem que soem repetitivas. E a outra parte: falta de inspiração? Não sei ao certo, haja vista que conto nos dedos as vezes em que realmente me senti inspirado,recebendo idéias como sendo entidades que nos surgem de maneira mediúnica ou algo que o valha. Não! Há que se suar os panos para pagar a conta da luzinha que se acende ao lado da cabeça. É bem isso: por aqui as coisas se dão na base da (ins)piração, da labuta com papéis e canetas e instrumentos no colo como que cobrando resultados do meu lado criativo cada vez mais escasso .

Acabo de criar mais um problema. E sem ajuda de ninguém! Não sendo falta de inspiração,o que mais pode ser? Excesso de trabalho? Bem provável. Em meio aos "me ensine a tocar aquela música" ou "tire estas treze para o ensaio de amanhã" meus momentos de observação da espécie humana (leia-se ócio) caminhando e cantando e parando nessa ou naquela lanchonete do calçadão extinguiram-se graças à mecânica cotidiana. Madruguismos à parte (sim, madruguismos: adultos também assistem Chaves quando podem), tenho plena consciência de que "navegar também é preciso", muito embora eu precise, mais do que a média, dessas horas de ócio.

Talvez seguir o conselho que sempre me dão e organizar as coisas por aqui: papéis pelo chão, horários, honorários, cabeça e coração. Na verdade vivo pelejando com os dois últimos itens, desde a última vez em que saí de verdade de Londrina (mas isso é assunto para outra crônica, embora já tenha gerado uma). Papéis e horários organizados e noites livres para pensar (a tal luzinha das idéias me é invisível à luz do sol). Uma e oito da manhã,luzes apagadas e...FIAT LUX! As linhas acima podem ser um bom começo. Do contrário esperarão até amanhã.

ONDE ESTÁ O AMOR? (2008)

Escrevo estas linhas embasado nas reflexões de fim de ano. No meu caso elas começaram em meadosde novembro por conta de um e-mail recebido. Era uma velha e grande amiga, que hoje vive no RS, dizendo que me mandaria de presente um CD, cujo título (extremamente desconcertante, diga-se de passagem) utilizei para este desabafo. Ela também me disse se tratar de canções tristes mas que,de alguma forma, me animariam e concluiu explicando a idéia do presente: tentar me fazer ver o Natal com bons olhos.

Sei que não sou o único ser sob o sol que poderia passar o resto da vida sem ouvir falar em Natal. Não sei de onde vem a depressão que me acomete nesta época. Papai Noel e o Menino Jesus não me animam. Vallium e Roberto Shinyashiki já não ajudam. Freud e Humberto Gessinger não explicam (e, cá entre nós, me amedrontam as coisas para as quais Gessinger não tem as respostas). Talvez se eu fosse comerciante ou se ainda fosse criança as coisas seriam diferentes. Paciência.

Comecei a divagar pelas ruas da cidade com Leonard Cohen nos fones de ouvido. Na verdade não tenho certeza se ouvia Leonard Cohen ou qualquer outro cantor cujo nome me fugiu da memória. Não importa. Importa é saber onde está o amor: não o amor romântico ou o amor impermanente trazido pelo chamado "espírito natalino", gerando efêmeros focos de bondade e "paz na Terra aos homens de boa vontade" que se dissipam no fim das festas. Refiro-me ao amor como um todo, aquele que deve reger nossos atos durante o ano todo, mas que só se vê em datas como esta. Talvez esteja aí meu problema com o Natal: a curta duração dos bons sentimentos.

Continuei a divagar, devagar e sempre, observando as coisas ao redor. Perdido entre presentes e presépios e a alegria de pessoas que, por hora estão juntas mas logo retomarão as contendas do dia-a-dia, me perguntava se havia algum sentido em tudo isso. Há sentido em quase tudo então por que seria diferente dessa vez?

Resolvi reformular a pergunta do titulo do CD. Descobri que minha inquietação consistia em saber onde o amor esteve o ano todo para aparecer só agora. E descobri mais ainda: que toda essa tristeza vem do estranhamento causado pelo espírito de natal, da sua simples existência. É sério: não seria melhor se não houvesse estranhamento nenhum? Se o amor de fim de ano que brota no peito da maioria conseguisse sobreviver aos rojões de ano novo e resistisse às atribulações dos meses vindouros? O natal, como feriado e festa perderia sentido, posto que já estaria lá o que teria que nascer: o amor. Não sei quanto a vocês que me lêem mas, para mim parece um bom negócio. E uma ótima resolução para 2009.

ZEN E O CALÇADÃO DE LONDRNA (2008)

Calçadão de Londrina. Caminhar no calçadão, pelo menos para mim, sempre pode trazer uma nova experiência e sempre é um aprendizado construtivo. Talvez eu seja um dos poucos que ainda conseguem manter um olhar contemplativo ao trafegar por ali pelo simples fato de insistir em manter meus pés numa velocidade abaixo da especificada pela "Normativa do Progresso" ou algo que o valha. A vida é realmente veloz!Certa feita ocorreu de encontrar por ali um amigo que há muito não via e lhe perguntar como estava correndo a sua vida ao invés de me utilizar do prosaico "como andam as coisas?". Não,ele não teve tempo de me responder.Tudo bem: vivendo e aprendendo a lidar com o mundo que nos permeia.

Entendo as pessoas que andam assim,apressadas. Tento entender,pelo menos. Todos têm suas obrigações. Eu mesmo as tenho e escrevo estas linhas baseando-me no que observo enquanto me dirijo para um ou outro compromisso. Não tem jeito: a mania de olhar ao redor é mais forte do que a pressa.

Paro numa daquelas lanchonetes e peço uma cerveja. Nenhum compromisso naquela tarde de sexta-feira. Encho o copo e começo a pensar nas pessoas que correm enquanto eu as observo: o que pensam enquanto passam por ali? Será que elas me observam também? Notam a existência do homem sentado à mesa em plena tarde? Acho que não. Talvez sejam só aquelas pessoas da sala de jantar dos Mutantes (sim,era o que estava ouvindo naquele instante). Mesmo assim gostaria de saber o que elas pensam a meu respeito, se é que pensam. Melhor não: consumo de álcool às três horas da tarde de sexta-feira não é visto com bons olhos. Paciência.

Anos de observação nas lanchonetes do calçadão me ensinaram que se em meia hora não aparecer nenhum conhecido para me acompanhar na cerveja é porque realmente há algo errado no mundo. Mas o que? Começo a buscar uma resposta mas meus pensamentos logo fogem do controle e se confundem com o barulho de uma corneta tocada por um senhor trajando terno, gravata e bíblia que,com sua voz estentórea, gritava para quem quisesse ou não conseguisse deixar de ouvir coisas do tipo: "o fim está próximo", "arrependei-vos pois o reino dos céus está chegando" ou ainda "Jesus está voltando". O homem se afasta a passos lentos levando seu discurso urgente a outros lugares. Discurso urgente e passos lentos: um tanto quanto contraditório,não? Não importa. Começo a pensar na proximidade do fim:será o fim uma espécie de combustível que impulsiona os motores humanos que contemplo nas tardes de ócio do calçadão? Talvez. Mas que fim é este? Fim do mundo? Fim da vida? Fim de mês? Fim do dia? Muito provável que na pressa das pessoas se encerre o temor de todos esses "fins". Talvez até exista, no recôndito do ser deste incrédulo que vos escreve, um pouco desse medo. Talvez.

Peço mais uma cerveja. Prefiro não pensar no fim do mundo. Quanto ao fim da vida, do mês e do dia gostaria de dizer aos meus inócuos transeuntes que :1- Não há quem escape da morte; 2- Pouquíssimos escapam do terror do fim de mês e; 3- Amanhã começa tudo de novo, na mesma correria. Talvez eu ainda diga isso a eles. Por que não gritar minhas verdades como aquele homem gritou as dele? Depois de mais umas cervejas, quem sabe.

Nenhum conhecido apareceu naquela tarde e as palavras daquele homem ainda ecoavam no meu cérebro : "o fim está próximo", "Jesus está voltando". Jesus está voltando? Pode ser. E pode ser hoje, aqui e agora. É melhor pedir mais um copo ao garçom.

Meteórica (2008)

Meteórica.A única palavra que me vem à cabeça quando penso em como tudo aconteceu.A única palavra capaz de descrevê-la.Meteórica.Rápida e devastadora.É engraçado como coisas tão significativas podem acontecer em tão curto espaço de tempo.De repente aparece a solução para as maiores questões do (meu) universo.Quem sou?Pergunta difícil,talvez a mais difícil delas mas,a princípio, posso assegurar que não sou o mesmo homem de dias atrás.Definitivamente não.

Onde estivemos antes daquele encontro?Foi a primeira coisa que me ocorreu quando ficamos à sós.Na verdade,a dúvida era de tal modo atroz que não hesitei em perguntar.Ela disse não saber e,sinceramente,acreditar nessa resposta me tortura bem menos.Sei muito bem onde eu estava.E como sei.Sim senhor,sempre no lugar errado. Por que dessa vez seria diferente?Destino?Há quem diga que cada um tem plenos poderes sobre seu destino.Há quem escreva canções a respeito.(Cá entre nós,eu mesmo já caí nessa armadilha.E enquanto digito estas linhas posso ouvir o crepitar das chamas queimando as tais canções).Voltando ao assunto:MALDITOS SEJAM!Se me fosse permitido vaticinar o futuro,certamente estaria desde o primeiro dia nas palestras e plenárias sem nenhum arrependimento por ter deixado de ir à praia.Paciência.

O que me levou àquela cidade?Não,não pode ter sido mera necessidade de me ausentar de Londrina por uns dias só para ver como a coisas andam sem mim.Claro que eu precisava de uns dias afastado da terra natal.E que atire a primeira pedra quem disser que não precisa.Mas hoje percebo que havia algo mais naquela empreitada,algo que a vida precisava urgentemente me ensinar.Destino.Acredito em destino,mas acredito como sendo algo fora do alcance das mãos.

Como a conheci?Muito provável que tudo teve início em uma troca de olhares.Clichê?Não ligo.E não criarei situações absurdas para fugir de clichês e pieguices.Aliás,ao pensar naquela noite de sábado notei que não houve estranhamento nos olhares.Nada é por acaso.Será que já nos conhecíamos?Sei lá,de algum veda ou de outras vidas?Algum veda,outra vida.Logo eu que vivo batendo no peito bradando o agnosticismo me flagro utilizando elementos do hinduísmo numa tentativa frustrada de explicar o inexplicável.Que posso fazer se ela gosta de hinduísmo.Tudo por causa dela.Meu Deus!Ops,até de Deus me lembrei.Realmente nada é como antes.

Enfim a conheci,após dois dias andando na escuridão cheguei onde sempre deveria estar desde o começo:do evento,do mundo,tanto faz.Bebi seu vinho.Seu vinho,meu vinho,nosso Soma.Iluminação.Autoconhecimento.Confusão entre alegria pueril e desejo adulto,macho.O abraço:acolhe,envolve,enleva.O beijo: urgente, transcende,eleva.Quem de nós levitou primeiro?Não sei.Nem ela.Não importa.Fugimos do mundo e de todos que tentaram nos separar.

Coragem.Essa foi a lição que a vida me deu usando o mais belo artifício:ela.Nosso encontro me remete ao Gita:eu,Arjuna,grande guerreiro sem coragem para lutar;ela, Krishna,me encoraja e me abre os olhos.Jamais ousaria escrever essas linhas antes dessa experiência maravilhosa.Gracias a la vida!

Abraço de despedida.Se o destino for amigo,aquela foi só a primeira das despedidas embora ela sempre estará comigo,não importando a distância. Lembranças.Sempre me lembrarei daquela noite,da lição,da passagem dela pela minha vida.Rápida e devastadora.Meteórica.

terça-feira, 13 de março de 2012